O que não pode faltar na minha ceia

A principal lembrança que tenho do natal são as luzes. Penso em dezembro e automaticamente associo as milhares de pequenas luzinhas coloridas espalhadas pela cidade, que iluminam pessoas e construções. Afinal, que época nostálgica e cheia de lembranças é esse último mês do ano. O post de hoje é sobre o meu natal, e o que não pode faltar nele, ou não deveria.



Então finalmente chegava o tão esperado dezembro. Parecia que nunca chegaria, mas estava ali o dia 24. Com a árvore de casa já montada desde novembro, muitas luzes e enfeites pela casa já colocados, íamos a maioria para a praia, ainda de manhã bem cedo, para se preparar para a noite.

E quando a noite chegava, eu, meu pai, minha mãe, minha madrinha, meu primo William e alguns tios íamos para a casa do Tio Paulo, no carro do mesmo. Pois é assim desde que me entendo por gente. Todo ano. Quando chegávamos, os adultos conversavam animadamente na sala. Tudo bem que alguns não se viam a uns 363 dias, mas e daí? É natal. Deixamos os desentendimentos de lado. Eu e meu primo íamos para o quarto ver os desenhos especiais na globo. Tirávamos umas fotos e tentávamos ficar acordados até 0h. E quando finalmente o momento chegava, alegria geral, era a hora dos presentes. Ansiedade para saber qual pacote seria o meu. Tinha início o amigo secreto, a oração e em seguida a ceia super caprichada.

Então voltávamos para casa. Sim, toda a família ficava hospedada no apartamento dos meus pais (hoje em dia não fica mais). Ia dormir ansiosa para amanhecer logo e ver o que papai noel reservou para mim esse ano. Então amanhecia, 25 de dezembro oficialmente falando, o presente estava debaixo da árvore e eu não conseguia conter a minha alegria. Meus pais sempre foram um papai noel maravilhoso.



Naquele instante não existia nada mais urgente, nada mais preocupante, esquecia-se de tudo. É natal. E todos merecem viver esse momento mágico. Mesmo que por um dia. Pobres, ricos, crianças, idosos. Os mais rabugentos ou os mais alegres. Os bons e os maus. É aquele dia específico em que nada mais importa. Todas as diferenças são deixadas para trás. Os preconceitos, as más relações. É natal. É aquele sentimento que deveria ser constante, mas infelizmente não é. O sentimento de união. Somos todos iguais. Merecemos todo o amor do mundo.

O natal da minha família é assim já faz muitos anos. É uma tradição que já me deixou frustrada por ser sempre igual, que já me provocou certa empatia por aquelas pessoas só se amarem por um dia e passarem o resto do ano completamente indiferentes. Mas o natal é para isso. É para lembrar à humanidade que ainda existe amor. Que ainda existe um calor no coração de todos. Que a esperança não está morta. Apesar de todas as guerras, sofrimentos, doenças, notícias trágicas que abalam o mundo diariamente, apesar de tudo, a humanidade continua viva. Somos todos merecedores da felicidade.



Pessoas queridas hoje já não existem mais nesse mundo. Mas ainda é uma época maravilhosa. E eu quero que tudo seja exatamente igual. Na minha "ceia" não pode faltar a união da minha família e a certeza de que tudo ficará bem, pois é natal.

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Beijo pra todo mundo e já adiantado, um feliz natal pra todos!